Realmente
a ideia do ser humano, enquanto máquinas, ou seja, ”objetos manipuláveis”,
ainda prevalecem atualmente, e o que é pior de forma subliminar, ainda que
algumas mudanças tenham ocorrido, de fato, o que se percebe é muitos discursos
relacionados a direitos humanos como a cidadania crítica e pensante e na
prática, a incessante busca por autonomia, liberdade e inserção de pessoas ou
grupos de pessoas no processo de construção do sistema tanto industrial, quanto
ao educacional.
Esses
grupos, aqui mencionados, se referem a pessoas que possuem muitas realidades
distintas, como econômica, social, cultural e entre tantas outras divisões e
subdivisões existentes nas mais diversas culturas, subculturas e
contraculturas. Mas enfim, destacamos nesta reflexão as realidades industrial e
educacional e suas conexões, enquanto complementares e dependentes entre si.
Se
pensarmos a educação enquanto formação do ser humano, estimuladora deste no
convívio e vivência na sociedade sócia- econômica e cultural na qual está
inserido, logo imaginamos meios de adequação e adaptação para sua
sobrevivência, resultando em processo de aprendizagem receptador, passivo,
acomodado e conformado com as exigências e padrões já organizados de acordo com
interesses de alguns grupos de pessoas favorecidas com este modelo de
organização de sociedade, não generalizando, mas observando que as pessoas
enquadradas neste grupo são geralmente políticos, empresários, parentes e
amigos destes.
Então
a educação está produzindo uma sociedade e ao mesmo tempo sendo produzida por
esta sociedade. Será que para transformar a sociedade é preciso reformar a
escola? Ou para transformar a escola é preciso mudar a sociedade? Difícil de
responder e até mesmo de reformular um questionamento e posterior reflexão que
abrange todos os conceitos e ideias sobre este tema gerador: Educação e Indústria,
tamanha suas complexidades.
Ao
conversar com uma colega sobre o TCC, trabalho de conclusão do curso, esta
colega me destacou possivelmente um tema que possuía muito interesse: Como
vamos estimular os estudantes, de forma construtivista, para se inserirem no
mundo no qual vivemos, sendo este, um espaço de competitividade, injustiças,
egoísmo e formas de governar bem distante do que realmente deveria ser? Ou
seja, preparamos nossas crianças e jovens com pensamentos e ideias autônomas,
críticas e desafiadoras do sistema que vem regendo nossa sociedade, um sistema
tradicional e resistente, sem realmente estarmos cientes e convictos da possibilidade
de frustrações e despreparo destas crianças e jovens frente aos padrões desta
sociedade?
Ainda
pode-se afirmar que nem todos pensam e agem assim, como frases: ainda há
pessoas boas, Ou nem todo o político é corrupto, e tem também a diversidade
cultural. Realmente é preciso refletir sobre planejamento, prática, avaliação
de nossa docência, sendo importante a realidade escolar, sócio- cultural do estudante,
metodologias, entre outros tópicos do processo de aprendizagem, permitindo uma
visão que contemple as pessoas e formas de participação autônoma sem prejuízo e
desfalque das situações problemáticas nas quais vivem.
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